Quando ela pôs a mão no meu ombro, percorri
com os meus olhos a direção que a mesma tomava, em seguida, tentei ler nos seus
olhos a sua intenção, porém, eles eram inelegíveis. Contudo, por mais que sejam
incompreensíveis, os olhos ainda transparecem o que quer esconder. Havia nos
seus olhos algo de melífluo e provocante, o resto do corpo, legível até para
quem tem pouca visão, permanecia traços dosados entre a safadeza e a malícia,
ou tudo isso não passava de projeções dos meus desejos, ou então, eu era um
péssimo leitor.
Seus dedos percorreram suavemente os meus
ombros e dobraram a etiqueta da minha camiseta para dentro. Senti o contato da
sua mão arder sobre a minha pele e sob a mesma um turbilhão febril me queimava
por dentro. Sorrindo, olhou-me e não me disse nada. Não precisava, os meus
olhos responderam a pergunta que não se fez, e ela entendeu que a resposta era
sim. Eu a estava desejando.
Noutro dia, estranhei a sua indiferença quando
ao passar por mim não respondeu ao meu cumprimento. Eu que entendia tão bem da
psique feminina, percebia que ela estava se tornando indecifrável para mim. Mas
essa impressão durou pouco tempo, pois, segundos depois, ao passar por mim, ela
jogou um rabo de olho safo e fez uma comunicação melhor ao ajeitar a blusa
deixando à mostra as suas costas nuas. A calça era de cintura baixa e deixava
mais dos que as costas à mostra. Sorrindo, ela desceu a blusa para esconder as
três patinhas de gata tatuada na sua pele e partes do seu fio dental, então se
virou e foi rebolando mais do que de costume. Decifrei-a, ela é do tipo que
incendeia o homem e depois assopra, ora tentando apagar o fogo, ora tentando
inflamá-lo mais ainda. E minhas certezas vieram se confirmar quando ela me
disse que havia postado fotos novas no Facebook.
Não esperei chegar em casa para acessar a
internet fixa, acessei a móvel e entrei no Face no meu smartphone. Apesar da
tela pequena, soube de imediato, ao abrir as suas fotos, que ela me levaria ao
estado alfa, beta, ômega e a todas as letras do alfabeto grego até o Olímpio
para eu saber que era a filha de Afrodite ou então a própria.
Houvera de algumas mulheres, após a sua
feitura, provocarem encantamento devido a sua beleza, apenas. É de dar pena,
pois elas não sabem usar os atributos naturais para provocar o deslumbramento. No
entanto, outras nascem feitas. Provocantes, sensuais apenas com o olhar, vão
além, provocam o êxtase. Essas dão asas a nossa imaginação. Ela era assim.
Fiquei a fantasiar a vórtice do seu sexo
indo e vindo sobre partes do meu corpo, dedos, boca, língua. Porém, desejando escalar
os dois montes moldados perfeitamente pelas mãos divina e me saber teso perdido
no precipício de sua bunda para ser descoberto em profundo êxtase. Tudo nela é
tão perfeito que até a cadência do seu rebolado soletra o meu nome, e-der, e a
separação silábica se dá por um desnecessário fio dental.
As três patinhas de gata tatuada em suas
costas se perdendo por debaixo de sua calça não saíram da minha mente. A
ansiedade em querer possuí-la estava me levando à loucura, ardia de desejos
todos os dias, à noite sufocava a ansiedade em minhas mãos em gozos solitários.
Passei a segui-la sem ela perceber, assim pensava. Porém, em uma sexta escura e
quente, ela, vestida em um vestido floral trapézio, passou por mim e virou a
cabeça com um leve sorriso nos lábios como se dissesse: eu sei. Fiquei
estático, contudo, ela virou novamente a cabeça trazendo nos olhos toda a sua sensualidade
como se quisesse que eu a seguisse. Não esperei ela virar novamente a cabeça e
a segui. Quando ela estava em uma curva, eu apressei os passos para não
perdê-la de vista, não obstante, ela fez o mesmo. Decepcionei-me, pois ela
havia sumido. Não sabia qual era o seu jogo, mas percebia que não passava de um
brinquedo em suas mãos. Segui em frente, frustrado, pois nunca havia desejado
uma mulher como a estava desejando.
Segui dispersivo, melhor dizendo, fui levado
tentando achar um motivo para a minha fissura por ela. Poderia ser devido aos
seus olhos, ora lascivos, ora pudicos; ou seus lábios, suculentos como um cáqui
maduro, moldura perfeita para o seu belo sorriso, ora como um riso de uma
criança, ora carregando uma malícia perceptível somente nas putas; ou então,
era devido aos seus cachos que eu tanto queria me perder, ora em delírios
prazerosos, ora em paz como se de anjos os cachos fossem.
E assim eu estava indo quando uma mão me puxou
para uma viela pouco iluminada. A primeira sensação que tive foi aromática, no
ar permanecia um aroma de canela. A segunda foi do tato, mãos sedosas retiravam
a minha camisa e percorria os meus mamilos até o meu púbis. A terceira foi a
visão, diante de mim uma morena cremosa, trajando um vestido floral trapézio,
querendo me foder muito mais do que eu a ela. A quarta foi a audição, sua voz
penetrou os meus ouvidos me levando ao delírio: "eu não lhe disse o meu
nome. Pode me chamar DPS, Doida Por Sexo". A quinta foi o paladar.
Ela passou os braços pelo meu pescoço e
depositou os seus lábios nos meus, ardentemente. Senti um sabor adocicado
entremeado por um leve sabor salgado do sexo. Em seguida, com as pernas, ela se
enganchou no meu quadril queimando a minha pele com o calor de sua boceta. O
calor subiu lestamente pela barriga e ferveu a pele do meu pescoço, quando dei
por mim, ela estava com as mãos apoiadas em um galho de uma árvore próxima ao
muro que eu me apoiava para não cair, pois ela havia colocado as suas pernas no
meu ombro. Com os calcanhares, ela me puxou para mais próximos do seu sexo e
não precisou me pedir para subir o seu vestido. Ela estava sem calcinha. A sua boceta
não tinha um fio de cabelo, a depilação feita dava a entender que fio ali nunca
nascera, os seus lábios vaginais inchados e úmidos evolava um cheiro de canela
entremeado por outro desconhecido. Colei-me a sua boceta para saber do seu
sabor e freneticamente a chupei mordiscando suavemente os seus lábios vaginais.
Ela se contorcia de prazer segurando bem firme no galho da árvore para não cair
e cruzando as pernas, prendia a minha cabeça. Sufocado, parecia que o prazer ia
chegar naquele estágio em que perdemos a razão e não somos senhor de nós mesmo.
O ar estava me faltando, mas mesmo assim, eu não parei de chupá-la ao mesmo
tempo em que enfiava o dedo no seu cu e quando eu comecei a dar pequenas
mordidas no seu clitóris e sugá-los, ela chegou ao clímax jorrando em minha
boca todo o seu gozo. As pernas relaxaram e então eu voltei a respirar. Sem dar
fôlego, ela desceu dos meus ombros me jogando contra a parede com uma das mãos ao
mesmo tempo em que com a outra abria o meu zíper. Enquanto descia as minhas
calças, agora, com as duas mãos, com os dentes retirava a minha cueca. Ela,
ajoelhada, beijou a glande do meu pau e levantou os olhos para ver a minha
reação. Segurando a sua cabeça, eu enfiei o meu pau em sua boca várias vezes. Quando
sosseguei, ela, pausadamente, cobriu com a sua boca todo o meu pau, senti-o
latejar no calor da sua saliva. Mordendo a glande suavemente, ela me levou as
alturas, a beira da loucura. Desceu passando a língua por todo o meu pau e
chegando ao saco, ela os enfiou na boca pendendo-os com os dentes. Senti uma
dor que não queria a cura, pois o prazer ultrapassava os limites dos sentidos,
desejando unicamente a sua consumação. Ela já havia demonstrado o que dela eu
pensava, pois no quesito sexual, se o corpo era perfeito, o era mais ainda ao
fazer uso do mesmo. Então, com a palma da mão, ela massageou a ponta do meu
pau. Os meus olhos viraram, eu estava indo à loucura, estava chegando ao
orgasmo sem penetrá-la. Percebendo isso, ela tirou o meu saco da sua boca e eu
senti o esperma querendo vir à tona. Lestamente, ela me derrubou no chão e
montou em cima de meu pau. Eu, tal qual touro mecânico, gozei várias vezes e
ela, que tão bem sabia montar e dominar um touro, urrava de prazer, satisfeita.
Ela saiu de cima de mim, queria dizer que a estava amando, porém soaria falso. Ajeitando
o seu vestido, ela passou um batom rosa e disse adeus. Sua boca parecia um
botão querendo desabrochar em perfume. Senti, não o aroma, mas os espinhos da
partida. Nunca mais a vi.
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