domingo, 3 de janeiro de 2010

Todas as cores do arco-íris

“Quão maravilhosas as pessoas que não conhecemos bem – Millor Fernandes”

Balzac disse que a felicidade mata o poeta; como estou à espera de meu primeiro filho, estou mais do que feliz, sou a própria felicidade; portanto o poeta que há em mim, por enquanto, está morto e enterrado. Mas, para mim, escrever, ser poeta é a essência de ser, como estou na fase das vacas magras, onde a inspiração foi para o brejo, não consigo ser, mesmo como toda felicidade. Como não posso pagar uma boiada para ter de volta a inspiração, pois esta não se compra, ela é volátil, vai e vem como o desejo; e desejando muito escrever, mas com a mente vazia, antes que o diabo a ocupa, eu recorro ao “cesto de Moisés”, e de lá retiro mais um dos contos de meu, já falecido, amigo Onairam Mesrede e o transcrevo; farei isso logo, pois o diabo quando se põe em marcha, as mentes vazias entram em desespero, e a minha já sente as passadas do dito cujo.
Todo ser humano é dual, tem o bem e o mal dentro de si, pois ele é reflexo do seu mundo; e desde que o mundo é mundo, o bem e o mal já existiam; mas toda regra tem sua exceção, e um ser que fora criado na mais pura bondade, com pessoas ditas santas, poderia dentro de si arrumar a mesa para Deus e o Diabo jogar cartas, ora ganhando o primeiro, e na maioria das vezes o segundo. Assim era Mariza, a dualidade em pessoa; travestida de anjo, mas dentro de si fervilhava a maldade, o diabo dava as cartas há muito tempo. Estava com dezenove anos.
Fernando e Ruth, empresários bem sucedidos, jovens e casados recentemente, nutriam ainda do mel do amor, mas por suas atitudes percebiam que havia um vazio, ainda pequeno, entre eles; e aonde há um espaço, o diabo maquina para ocupá-lo. Eles quando saíam para o trabalho, cada um em seu carro, fecham os vidros para não olharem para a miséria que vicejava a sua volta. Tal qual os cavalheiros que colocavam cabrestos em seus cavalos para que eles tivessem apenas o horizonte como campo de visão, assim era o nosso casal. Somente enxergavam o próprio umbigo, suas visões eram delimitadas pelo egoísmo. E para desencargo de consciência, eles faziam doações para ONGS e programas televisivos assistencialistas; pois queiramos ou não, eles, como nós, são culpados por omissão, aceitando como normal à miserabilidade. E foi neste cenário de pobreza espiritual que o diabo colocou Mariza, trabalhando como secretária do lar.
Assim que Mariza chegou naquele lar, ela aguçou seus sentidos, principalmente a visão e a audição, e percebeu que o sexo entre os dois eram mecânico. Notara que Ruth era a que mais sentia a falta de amor; o mecanismo em Fernando era notório em todos os seus atos, não somente no sexo. E percebendo o vazio em Ruth, ela, ardilosamente, começou a por em prática o seu plano. Ali, com certeza, ela faria fortuna.
Nas refeições o Fernando era o primeiro a terminar, comia de tal forma que não sentia o sabor da comida. Após o desjejum enfiava o rosto no jornal a ponto de o mundo cair aos seus pés e ele não sentir. Após o almoço era o primeiro a sair, e após a ceia ia direto para o computador. Ruth era diferente, para ela toda refeição tinha um ritual, ela necessitava sentir o sabor dos alimentos, para ela isso era prazeroso.
Mariza percebeu que se fisicamente o Fernando estava ali, mentalmente ele estava em outro lugar. Então, quando ela servia Ruth roçava-lhe o vasto seio sobre os seus ombros, ou aproximava de tal forma que Ruth sentia o calor do seu sexo. Isto a perturbou muito; Mariza, percebendo isso, fez cara de inocente e sorriu-lhe angelicalmente. Noutro dia Mariza apareceu sem uniforme, pois ela disse que o mesmo havia manchado e que o tinha deixado de molho. Ela estava de mini-saia com uma blusa bem decotada. Fernando nada percebeu, mas Ruth notou muito bem. Seu corpo estremeceu todo, ela estava desejando Mariza. Após Fernando sair da mesa, Mariza, de propósito, deixou cair um garfo, quando abaixou para pegá-lo, Ruth viu que ela estava sem calcinha. O desejo cuspiu seu fogo por entre as pernas de Ruth, subindo-lhe por seu ventre até atingir sua língua, seus lábios intumesceram a ponto de ela querer os lábios vaginais de Mariza para sentir o gosto salgado do gozo. Mas se conteve. Mariza olhou de soslaio e percebeu todo nervosismo e inquietação de Ruth. Com a boca seca por não ter satisfeito o seu desejo, Ruth pediu que ela lhe servisse um suco. Mariza deu volta na mesa para pegar a jarra, quando voltou Ruth colocou o braço sobre a mesa, deixando o cotovelo bem afastado da mesma. Quando o desejo toma conta de nosso corpo é a alma que se perde, ou funde-se no calor do que é desejado. Primeiro ela sentiu o calor da boceta de Mariza na ponta do seu cotovelo, depois os pêlos bem aparados. O seio de Ruth assoberbou no vestido, os mamilos com cor e cheiro de cacau ficaram tesos. Por descuido, Mariza deixou cair à jarra de suco sobre o colo de Ruth, e esta a mandou despi-la e que a limpasse imediatamente. Mariza correu até a cozinha e molhou um pano, passando-o suavemente pelas coxas de Ruth que trêmula exalava tentação pela boceta, espargia o líquido seminal que encharcava sua calcinha. Abaixando sem dobrar os joelhos, Mariza deslizou suas mãos, delicadamente, da coxa até o calcanhar de Ruth; e esta, com os pelos da boceta de Mariza perto de sua boca, ia-lhe abraçar pela cintura para sentir o gosto da mesma. Percebendo isso, Mariza, para deixar Ruth mais excitada, afastou e lhe disse que depois do almoço tomaria um banho, pois precisava sair à tarde. Tesão e desânimo afeiçoavam no rosto de Ruth, mas mesmo assim ela permitiu.
Após o almoço Fernando saiu apressado, Mariza foi para o seu quarto, deixou a porta entreaberta e se dirigiu para o banheiro. Ruth esperou alguns minutos e se encaminhou para lá também. Mariza, percebendo que estava sendo observada, começou a deslizar o sabonete sobre seu seio, esfregando-o suavemente nos mamilos. Pegou o esfregão de corpo e introduziu o cabo na vagina fazendo movimentos, ora circulares, ora em vai e vem. Saindo do chuveiro encostou a bunda na quina do Box, e escorregou até o chão; de joelhos introduziu o dedo médio da mão esquerda na boca para lubrificá-lo, e em seguida o introduziu no seu ânus; com os dedos da mão direita ela massageava sua boceta; e em movimentos frenéticos, ela dava urros de prazer. Quando ela, espreitando, percebeu que Ruth não se agüentava de desejos, trancou a porta do banheiro.
Quando Mariza saiu do banheiro, Ruth a esperava sentada na cama; ela a puxou pelo braço jogando-a na cama, beijando-a na boca, e mordendo delicadamente o seu seio; após percorrer a língua pelo seu ventre, chegando à sua boceta, a mordiscou levemente, chupando-a impetuosamente. Entrelaçadas, cada uma abraçava a outra na cintura, chupando-se mutuamente, experimentando o gosto do gozo em seus lábios.
Vivendo uma semana de sexo intenso, Mariza preparou o golpe, quando Ruth lhe fez um pedido inusitado; transar como o Fernando, pois ela não sentia mais prazer com ele. Mariza gostou da idéia e adiou o golpe, afinal se uma já havia sido fisgada, porque não fisgar o outro.
Com Fernando ela teria que ser direta, com os homens não tem meio termo, ou é sexo, ou sexo. Ruth inventou um curso durante um mês para justificar sua ausência. Mariza sabia que sutilezas e malícias não despertariam a libido do Fernando; por isso ela colocou um vestido transparente, branco e curto, sem usar nenhuma roupa íntima. Fernando estava sentado no sofá lendo o jornal; Mariza apareceu na sala, o sol refletido sobre o seu vestido mostrava toda sua nudez; corpo branco com curvas que realçava o quadril largo e bumbum arrebitado, seios vastos e firmes com mamilos róseos, abdômen reto com um umbigo que era convite a tentação; axilas lisas exalavam cheiro de jasmim. Em volta dela desejo e sexo flamejava. Fernando perdia-se na leitura. Mariza agiu, arrancou-lhe o jornal surpreendendo-lhe. Fernando, vendo todo aquele monumento, carne leitosa e macia, não resistiu. Pegou Mariza pelos cabelos, arrastou-a até a mesa da sala. Com uma das mãos colocou a sua cabeça na mesa; com a outra levantou o seu vestido, e, sem piedade, violentamente, rasgou seu ânus com seu pênis que latejava de desejo. Mariza gritou de dor; após o gozo de Fernando, desmaiou.
Decorrido uma semana e refeita da dor, não das feridas, Mariza preparou o cenário da vingança. Os olhos de Fernando já não se perdiam sobre o jornal, eles procuravam Mariza onde quer que ela esteja. Somente de vez em quando volviam às letras. Mariza, cada vez mais, despudoramente, se insinuava. Fernando, pensando que ela estava distraída, chegou por detrás e deu-lhe uma gravata; Mariza, serelepe, desvencilhou do golpe e correu para o quarto. Fernando, entrando na arapuca, encontrou-a, na cama, nua de pernas abertas. De joelhos na cama, Fernando foi a sua direção, desferiu um tapa em seu rosto, que, de imediato, Mariza revidou com um chute, derrubando-o no chão; como ele havia batido a boca na quina da cama, sangrava. Passando a língua sobre o sangue que escorria, ele esboçou um sorriso. Sua expressão era de prazer. Beijou-a e depois a esbofeteou. Seu pênis intumescido pulsava de desejo, ele tentou virá-la, mas antes que ele fizesse isso, Mariza, temerosa com outro defloramento anal, pegou seu pênis e enfiou na sua boceta. Com a outra mão, ela tateou sobre a cama e encontrou a escova de cabelo que ela havia colocado sob o travesseiro. Com as pernas ela abraçou a cintura e Fernando, forçando-o a deitar sobre ela; e segurando com as duas mãos o cabo da escova enfiou em seu ânus com força desmedida. Fernando gemeu, não de dor, mas de prazer, pedindo-a que enfiasse mais e mais. Mariza, percebendo que o enfeite de madeira da cabeceira da cama era roliço e mais grosso do que o cabo da escova, desferiu, violentamente, os pés contra o mesmo, quebrando-o. Sem usar nenhum lubrificante, pois o ânus de Fernando estava mais úmido do que pântano em dias de chuvas, introduziu o enfeite roliço sem empregar nenhuma força, o ânus dele estava tão excitado que caberia todos os pés da cama. E ele, gemendo de prazer, pedia que ela fizesse movimentos veementes; frenético, em estado de arrebatamento, Fernando gozou dentro da Mariza; também seu ânus, lúbrico, encharcava-se em gozo. Extenuado e satisfeito, Fernando, após a orgia, atracou ao pescoço de Mariza e lhe sussurrou aos ouvidos que se ela contasse a alguém o que aconteceu naquele quarto, ela estaria decretando a sua sentença de morte.
Quando o Fernando saiu para o trabalho, Mariza, contentíssima, deu uma gargalhada estridente. Ainda nua, com o corpo cheirando a sexo, divinamente mulher, pois só a sós nos mostramos como somos, ela se mostrou tirando de cima do guarda-roupa a câmera e verificou que tanto imagem e áudio estavam perfeitos; não só as cenas de sexo com o Fernando, mas as com Ruth também. Extorquindo um por vez, da Ruth ela conseguiu oitocentos mil reais, do Fernando a bolada foi bem maior, um milhão e quinhentos mil reais. Tanto Fernando, como Ruth manteriam as aparências, se escondendo sobre as cores do arco-íris, não se revelando ao sol. Duais, sobre o manto do casamento, foram felizes ao seu modo.
Fortuna feita, Mariza abriu um puteiro em Brasília, freqüentado por empresários e políticos. Decorridos muitos anos, cansada da vida de madalena, ela saiu da prostituição para entrar em outra, a política.

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3 comentários:

Germano Viana Xavier disse...

Doido eu já sabia que tu eras, confirmei a pouco. Mas aqui a palavra mais embalsamada de regozijos de deleite também sobrevive em bom relógio de horas.

Grande abraço, Eder.
Continuemos...

Germano Viana Xavier disse...

Danou-se de novo, cara. Tu ainda quer que eu diga alguma coisa?

Bah!

Grande abraço, Eder.
Continuemos...

Cris Campos disse...

Genteeee! Não tinha reparado nessa casa! Tudo muito quente por aqui hein? Tô chocada!(brincadeira..) Não li nenhum texto por enquanto, nesse momento não estou em condições pra esse tipo de leitura se é que me entende.. masssssssssss voltarei pra ler... espero sinceramente conseguir fazê-lo sem extravasar pelos poros! rsrsr Bj.!